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POR FALTA DE TROCOS- policia mata taxista

CONSUMIDORES no Zimbabwe estão furiosos com a falta de trocos nas suas compras, ao ponto de um polícia ter morto a tiro um taxista que não tinha trocos para lhe dar, depois de pagar a viagem.
Maputo, Quarta-Feira, 26 de Janeiro de 2011:: Notícias

Depois da formação de um Governo de coligação em Fevereiro de 2008, a economia do país, por causa da hiper-inflação, foi dolarizada - com um uso mais alargado do dólar norte-americano e do rand sul-africano, mas também se usa a pula, do Botswana, o kuacha da Zâmbia e o metical, de Moçambique.

Para evitar disputas, agora os taxistas dão senhas de viagem quando não têm trocos - e o problema não se sente apenas no sector de transportes.

Sipho Mpofu, um funcionário público foi às compras a semana passada e recebeu uma senha castanha em vez de troco. “Quando lhes perguntei para que era, eles disseram-me que não tinham trocos e que eu podia exibir a senha, no valor de cinco randes e usar a casa de banho sem pagar. Eu joguei fora aquele ofensivo pedaço de papel porque eu sabia que estava ser roubado”.

A falta de trocos enfurece muitos consumidores, que estão agora a tentar fazer as suas compras em contas redondas. As lojas usam artigos como tomate, bananas, fósforos, ovos, batata, doces, canetas, lápis ou senhas, em vez de trocos.

Mpofu disse que o uso de artigos “indesejados” era “um grande inconveniente”.

“Por exemplo, neste momento tenho em casa um monte de fósforos, velas e doces, de que não preciso. De facto eles representam um perigo em caso de alguém os acender inadvertidamente”.

O jornalista financeiro Paul Nyakazeya disse que os consumidores são efectivamente forçados a comprar artigos que não querem.

“Entretanto, fazendo os cálculos, pode-se descobrir que os artigos que os consumidores acabam levando representam uma boa percentagem do seu rancho mensal. A melhor maneira de resolver este problema seria a introdução em larga escala de sistemas electrónicos para as compras”.

Mas, com os frequentes cortes de energia, principalmente nas zonas rurais, Nyakazeya reconhece que seria extremamente difícil fazer funcionar tais sistemas.

O economista David Mpamhadzi disse à IRIN que as autoridades devem introduzir imediatamente moedas de baixo valor, principalmente do rand sul-africano. Muitos provedores de serviços acabam arredondando as contas, tornando os bens e serviços mais caros, prejudicando o consumidor e agravando a inflação.

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