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Guebuza lanca a primeira pedra na construcao de barragem

O Presidente da República, Armando Guebuza, procedeu ontem, em Maputo, ao lançamento da primeira pedra para a construção da barragem de Moamba-Major e outras obras conexas.


Trata-se de um empreendimento a ser construído no Rio Incomáti, com a capacidade para armazenar cerca de 760 milhões de metros cúbicos de água, a serem usados para o abastecimento deste precioso líquido à área metropolitana do grande Maputo, rega no vale daquele curso de água, geração de energia eléctrica para o reforço da rede energética nacional, bem como para outros usos.
Falando na ocasião, o Presidente Armando Guebuza destacou a importância da barragem afirmando que, com a sua construção, será possível captar e reservar a água que se desperdiça na época chuvosa, criando estragos de vária índole, reforçar a capacidade de mitigar o impacto negativo de fenómenos naturais, como cheias, e passar a dispor de água durante todo o ano, para as actividades de desenvolvimento e redução dos efeitos da intrusão salina, reactivando-se assim a esperança de se voltar a ter carne do hipopótamo no cardápio das festividades do Gwaza Muthini.
“A construção de uma barragem como esta demonstra que podemos intervir e sobrepor-nos aos caprichos da natureza averbando assim uma grande vitória da ciência e da técnica sobre a natureza”, afirmou.
Armando Guebuza disse que com a entrada em funcionamento desta importante infra-estrutura hidroeléctrica, a província de Maputo e o país em geral testemunharão a expansão do perímetro irrigado do vale do Incomáti, atraindo e facilitando a fixação de mais produtores agrários. Serão criadas mais oportunidades de emprego e de renda para cerca de 1800 trabalhadores e elevados os índices de oferta da produção nacional. Serão igualmente produzidas mais matérias-prima para as indústrias de agro-processamento e alimentos para a exportação.
Segundo o Chefe do Estado, a Barragem de Moamba-Major está também dimensionada para contribuir com vista à resolução dos problemas que se prevêem do défice de água em Maputo, Matola, Marracuene e Boane, bem como ao longo do traçado da conduta. Guebuza defendeu a pertinência deste e de outros projectos argumentando que “nenhum de nós, em qualquer nível de governação, tem vontade, petulância ou veleidade de chegar ao fim do seu mandato e orgulhar-se de ter bloqueado ou dificultado a implementação deste ou daquele projecto”.
Disse que todos querem associar-se a esta e outras iniciativas que mudam a vida dos moçambicanos e alteram a paisagem urbana e rural, tal como a electrificação que tem estado a crescer de forma exponencial, de sete por cento em 2004 para 42 por cento em 2014, iluminando residenciais, promovendo as actividades sociais e dinamizando a indústria em crescimento. “A água é outro importante factor catalisador do nosso desenvolvimento”.
Armando Guebuza exortou a população da Moamba para que, como tem feito com outras infra-estruturas públicas, acolha este empreendimento e dele se aproprie com muita auto-estima.
Entretanto, sobre as obras conexas, soube-se que a construção da barragem vai implicar o restabelecimento da linha de caminhos-de-ferro, entre Movene e Ressano Garcia, na margem direita do rio Incomáti, com cerca de 19 quilómetros de extensão, incluindo aproximadamente dois quilómetros de pontes. Para além da linha-férrea, será construída uma estrada ligando a vila da Moamba ao local da construção da barragem, numa extensão de aproximadamente dez quilómetros.
Estas obras estão estimadas em 466 milhões de dólares financiados pelos governos de Moçambique e do Brasil.

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