O assassinato do cidadão norte-americano Douglas Vaugh pela sua esposa, no Posto Administrativo da Matola-Rio, na província de Maputo, foi causado pela disputa da residência onde o casal vivia há mais de um ano.
A contribuição de Emília Machava, esposa do falecido missionário da Igreja Comunhão na Colheita – Ministério Arco-íris, na construção de parte da casa fez com que ela se recusasse terminantemente a abandoná-la, apesar de o marido ter insistido nesse sentido.
A viúva explicou que há pelo menos dois meses o casal estava em conflito depois de esta começar a questionar ao marido sobre a fonte do rendimento de pouco mais de 40 mil meticais que ele auferia mensalmente.
“Soube que ele recebia o equivalente a 40 mil meticais em dólares norte-americanos. Encontrei um documento que lhe comprometia criminalmente e questionei-lhe a respeito. Cheguei a ir até a embaixada para obter mais informações sobre ele, mas disseram que só podia aceder aos dados se fôssemos casados”, explicou.
Na madrugada de quinta-feira, o casal entrou em discussão como já era hábito, desta feita com o objectivo de obrigar a mulher a abandonar a sua casa. Dadas as dificuldades de comunicação entre eles, o diálogo era feito com recurso ao tradutor do computador que o casal tinha na residência.
A discussão durou aproximadamente trinta minutos, até que Douglas decidiu sair do quarto em busca de uma enxada. A viúva, que alegadamente se sentiu intimidada, terá levado o instrumento e aplicado golpes na cabeça do malogrado que caiu imobilizado no quarto.
A seguir, Emília pediu ajuda à empregada, Hortência Zandamela, de 20 anos de idade, para transportar o corpo do malogrado até ao quintal. Ambas encontram-se encarceradas nas celas do posto policial de Beluluane, onde aguardam pelos procedimentos legais subsequentes.
A situação foi descoberta pela manhã do dia seguinte, por uma vizinha do casal que foi àquele local solicitada pela viúva de Douglas alegadamente porque o marido havia trancado as portas e levado as chaves na noite anterior.
Sobre a razão que a levou a deixar as chaves junto ao corpo do marido, do lado de fora da casa e trancar a porta, Emília esclareceu que pretendia afastar qualquer pista que a incriminasse imputando tal acto a prováveis criminosos.
“Eu pensei que ao deixar o seu corpo com as chaves as suspeitas não recairiam sobre mim. Entretanto, quando a Polícia começou a me interrogar preferi contar a verdade sobre o que aconteceu”, acrescentou.
A vítima também era portadora de um documento que a identificava como natural do distrito de Vilanculos, na província de Inhambane.
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