O que aconteceu, na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, esta noite, foi uma discussão entre o juiz e o réu, em que ambos falavam ao mesmo tempo. O juiz pediu para o réu calar-se, sem efeito. A certa altura, António Carlos do Rosário disse: “o facto de ser juiz não lhe dá direito de faltar com respeito às pessoas. Eu respeito e não destrato as pessoas. Se foi o melhor estudante de Direito, não venha aqui insultar às pessoas”.
Antes do réu proferir tais palavras, exigiu justiça ao tribunal. No entendimento de António Carlos do Rosário, o Ministério Público não devia colocar-lhe perguntas sobre a Kroll sem que considerasse na acusação o contraditório das empresas que dirigiu, ProIndicos, MAM e EMATUM, porque nem tudo o que a auditora disse constitui a verdade. O réu disse que os seus advogados tentaram apresentar à PGR, sem sucesso. O juiz Efigénio Baptista disse ao réu que não estava em condições de dar lições de Direito e que não era qualquer pessoa que lhe dava aulas de Direito. O juiz acrescentou dizendo que, por mais que António Carlos do Rosário fosse estudar, isso apenas não seria suficiente para lhe dar aulas de Direito.
O juiz decidiu consignar em acta o que considerou ser infracção criminal. Ao ditar a acta, acrescentou uma informação que o réu eventualmente não disse, referente a nota de admissão na faculdade: 18 valores. O réu rematou: “Quem falou de 18 valores aqui? Não pode mentir descaradamente. Tenha vergonha”. E ainda acrescentou que o tribunal estava a perder tempo, que o tribunal devia estar a tratar de assuntos relacionados com a dívida.
O juiz terminou de consignar em acta a parte que considerou infracção criminal e o réu afirmou que essa foi a sua primeira vitória.
Efigénio Baptista pediu para o Ministério Público retomar ao interrogatório, mas a procuradora Ana Sheila Marrengula sugeriu que se consignasse em acta as respostas anteriores, dadas antes do episódio da infracção, e que o interrogatório retomasse quinta-feira. A procuradora assim decidiu porque quis que o réu se acalmasse e que o interrogatório acontecesse com calma.
Antes da sessão ser interrompida, houve ainda tempo para o juiz Efigénio Baptista admitir, depois do advogado Alexandre Chivale corrigir, que o réu não se referiu à sua nota de admissão.
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